Ceratocone (Implante de Anel Intra-estromal)
O ceratocone é uma doença ocular não inflamatória em que a córnea vai se tornando mais fina e com formato de um cone, provocando a distorção da imagem.
A córnea é uma estrutura transparente, regular e quase esférica, na parte anterior do olho. A evolução do ceratocone é quase sempre progressiva com o aumento do astigmatismo, mas pode estacionar em determinados casos. Na sua fase inicial, o ceratocone apresenta-se como um astigmatismo irregular, causando uma importante baixa na acuidade visual. O diagnóstico definitivo desta patologia é feito com base nas características clínicas e com exames específicos como a topografia corneana e a paquimetria ultrassônica. O ceratocone afeta homens e mulheres em igual proporção e em 90 % dos casos afeta os dois olhos. No entanto, a doença se desenvolve de forma assimétrica.
Normalmente o ceratocone inicia-se na adolescência e pode evoluir rapidamente ou, em alguns casos, levar anos para se desenvolver. Apresenta seu pico entre 15 e 25 anos de idade, mas existem casos com aparecimento precoce antes dos 15 anos e também casos tardios após os 30 anos de idade. O ceratocone não apresenta uma causa específica comprovada, porém sabe-se que alguns genes estão diretamente envolvidos, por isso seu aparecimento é mais comum em membros de uma mesma família. Fatores externos estão também associados, como o ato de coçar os olhos intensamente, reações imunológicas e alterações hormonais.
Com a evolução da doença ocorre modificação nas prescrições dos seus óculos em curtos períodos de tempo e os óculos já não fornecem uma correção visual satisfatória. O principal sintoma é a visão borrada e distorcida tanto para longe quanto para perto. Podem ocorrer também halos ao redor da luz e fotofobia.
O tratamento do ceratocone visa sempre proporcionar uma boa visão ao paciente, bem como garantir seu conforto na utilização dos recursos que serão empregados e principalmente preservar a saúde da córnea. As alternativas de tratamento sempre são avaliadas nesta ordem: óculos, lentes de contato e cirurgias.
Óculos: A primeira opção que o paciente recebe é a prescrição de óculos, na maior parte das vezes em casos iniciais da doença, quando o astigmatismo irregular ainda é baixo e é possível obter uma acuidade visual aceitável.
Lentes de Contato: A partir do momento em que os óculos não conseguem fornecer uma acuidade visual satisfatória, a lente de contato é a próxima alternativa, geralmente é utilizada a lente rígida gás permeável que procura proporcionar a melhor acuidade visual, principalmente assegurar a saúde fisiológica da córnea. Lentes de contato promovem melhora visual pelo efeito de regularização da superfície da córnea que se encontra bastante irregular no ceratocone.
O tratamento cirúrgico pode ser feito através do Crosslinking, do Implante de Anel Intraestromal e do Transplante de Córnea, dependendo do estágio.